sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pesquisa IBOPE: um crescimento evidente



Os jornalões consideram o crescimento de Marina de 6%, de novembro de 2009, para 8%, em fevereiro de 2010, na pesquisa IBOPE, uma "oscilação dentro da margem de erro". Mas vale um olhar mais atento.

Alfredo Sirkis (www.sirkis.com.br)

Num período marcado pela aparição de Dilma e Marina no horário político gratuito e por uma enorme exposição de Dilma na mídia, principalmente junto a Lula, na televisão nacional (sem contar as eventuais edições dos telejornais locais), Marina apresentou uma clara progressão que os jornalões equivocadamente situaram como uma "oscilação dentro da margem de erro".

Marina ganhou 2 pontos na intenção de voto estimulada, 5 pontos entre os que "conhecem bem ou mais ou menos", 1 ponto no "voto com certeza", 4 pontos no "poderia votar, diminuiu em 1 ponto os que dizem "não votaria de jeito nenhum e diminuiu 3 pontos o "não conhece o suficiente para saber se votaria".

No mesmo período, Serra e Ciro perderam votos, mesmo obtendo pequenos ganhos de conhecimento. Ciro foi o mais prejudicado, com aumento de sua rejeição.

Dilma ganhou 8 pontos e Serra perdeu 2 no voto estimulado, reduzindo a diferença de 21 para 11 pontos. Confirma-se o crescimento gradativo de Dilma. À medida que for sendo identificada com Lula por mais eleitores, a tendência é de se aproximar mais de Serra, chegando a uma diferença de 5 a 7 pontos que é fronteira do potencial de transferência de voto de Lula. Daí para frente ela dependerá dela mesma.

Vejamos a evolução de Marina da pesquisa IBOPE de novembro 2009 para a de fevereiro 2010:

Marina no voto total do estimulado: de 6% para 8%. Marina entre os que "votam com certeza" em um dos candidatos(as): 5% para 6%. Marina entre os que "poderiam votar": 17% a 21%.

Marina ainda é, de longe, a menos conhecida. Isso tem evoluído lentamente. Os que dizem que "conhecem bem" aumentaram 5% para 7%. Os que "conhecem mais ou menos": 16% para 19%, os que " só ouviram falar" cariam de 51% para 41%.

31% dos pesquisados "nunca ouviram falar" em Marina. Em relação aos outros candidatos essa percentagem é de Serra(1%), Dilma(10%) e Ciro(4%).

Esse dado é fundamental para se levar em conta o "não votaria de jeito nenhum": Serra(29%); Dilma(35%); Marina (39%) e Ciro (41%). A imprensa costuma apresentar esse dado sem vincula-lo ao conhecimento quando qualquer analista de instituto de pesquisa explicará que as pessoas costumam dizer que não votariam em quem não conhecem. Ao analisarmos essa "rejeição" em confronto com o conhecimento é possível concluir que entre os que conhecem a rejeição de Marina é a menor. No caso de Ciro cujo desconhecimento é de apenas 4% e a rejeição de 41% a situação é mais preocupante.

A pesquisa foi feita no período próximo dos programas de TV do PT com Dilma e do PV com Marina. A diferença que Dilma está praticamente todos os dias no Jornal Nacional e nos similares das outras emissoras, a tiracolo de Lula. Serra aparece com freqüência como governador de São Paulo. Marina e Ciro simplesmente não aparecem. Na imprensa escrita (que influencia pouco as pesquisas a não ser nas relativamente pouco numerosas classes A e B) temos praticamente todo o dia Dilma e Serra com matérias de uma ou duas páginas e Marina e Ciro com notícias esparsas.

Nesse contexto o crescimento gradual porem firme de Marina é um dado auspicioso até porque não se trata de uma corrida de 100 metros rasos mas uma longa maratona.

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