sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Visão estratégica de Marina supera postura gerencial de Dilma e Serra em debate na TV Globo
Marina Silva se destacou no debate realizado nesta quinta-feira (30) pela Rede Globo pela apresentação de propostas, de maneira simples e direta, para alguns dos principais problemas do país, sempre a partir da defesa estratégica do desenvolvimento sustentável.
Em sua primeira intervenção no debate, respondeu a uma pergunta de Serra sobre Previdência. Ressaltou a necessidade de que o país saia do “regime deficitário para um regime de capitalização”. Essa transição, disse Marina, precisa preservar os direitos de quem já está no mercado de trabalho. Os jovens, que estão entrando nesse mercado, já começariam no regime especial.
“Temos graves problemas em dois pólos da Previdência”, disse Marina. “De um lado os idosos, pessoas que já deram sua contribuição ao país e que, num determinado momento se recolhe, teoricamente para descansar, de outro a juventude, que não tem acesso à educação de qualidade e empregos de qualidade”. Marina propõe mecanismos que recomponham o poder aquisitivo das aposentadorias e um sistema capitalizado que facilite a contratação de jovens.
A candidata afirmou que, em seu governo, simplificará a contratação de trabalhadores pelas empresas. Lembrou que 50% da força de trabalho está na informalidade. “Temos que manter os direitos dos trabalhadores, mas diminuir a burocracia para estimular a contratação e, com isso, melhorar a vida de milhões de trabalhadores para que tenham seus direitos”, disse.
Respondendo a uma questão sobre habitação, afirmou que “o déficit habitacional é grave e não é de agora”, disse. “Nos últimos 16 anos, o investimento ficou muito a desejar. O programa Minha Casa Minha Vida é um bom programa, mas não alcança a população de baixa de renda, de até dois salários mínimos”.
Marina propõe alcançar exatamente as camadas mais pobres da população, especialmente entregando moradias para mulheres pobres que são chefes de família. Segundo a candidata, são cerca de 1,8 milhão de famílias nessa situação. A maior parte, observou Marina, vive nas áreas mais vulneráveis, mesmo em lugares ricos do país como São Paulo. Afirmou também que investirá na prevenção de tragédias causadas por desastres naturais, por meio de um sistema de alerta, mapas de risco, treinamento adequado da defesa civil e da população.
Ressaltou que a estabilidade econômica conseguida no governo Fernando Henrique Cardoso e mantida no governo Luiz Inácio Lula da Silva precisa ser mantida. Mas que isso não é suficiente. “Por isso é que digo que Dilma e Serra são muito parecidos. Têm uma visão gerencial, mas é preciso de uma visão estratégica”, disse Marina. Para a candidata, “Dilma observa os acertos e os ganhos, mas não vê os desafios do futuro”. “O brasileiro está cada vez mais interessado na minha proposta, porque não quer entrar no mundo azul de Serra nem no mundo cor-de-rosa de Dilma”.
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