sábado, 29 de maio de 2010

Marina critica Serra por declarações sobre a Bolívia

Da Folha.com

A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, criticou neste sábado o também pré-candidato José Serra (PSDB), por causa das críticas que o tucano fez à Bolívia.

Serra disse nesta semana que o governo boliviano é "cúmplice" do tráfico de drogas para o Brasil.

As declarações do ex-governador de São Paulo, de acordo com Marina, foram equivocadas por causa da generalização.

"Não é assim que se trata um país irmão, até porque o povo boliviano não merece esse tipo de generalização. Nós somos vizinhos dos bolivianos no Acre, sabemos que temos graves problemas ali na fronteira com o tráfico de drogas, mas longe de eu querer atribuir isso a uma ação deliberada do governo e ou à sociedade boliviana", disse ela.

Marina afirmou ainda que a realidade do narcotráfico na Bolívia não difere muito do que acontece no Brasil. "Os problemas que são enfrentados em relação ao narcotráfico na Bolívia talvez não sejam diferentes de outros países e até mesmo dentro do nosso context", avaliou a pré-candidata, que participou do lançamento da pré-candidatura de Luciano Zica a deputado federal pelo PV, em Campinas.

Mais tarde, em outro evento, Marina cutucou Serra indiretamente pelas críticas que ele vem fazendo a um suposto aparelhamento do Estado por parte do governo federal.

Segundo ela, os candidatos a cargos majoritários, quando em campanha, sempre negam que vão colocar amigos e militantes em cargos, mas a história mostra que não é assim. "Todo mundo jura de pés juntos que não vai aparelhar. Mas depois esquece isso tudo", disse ela. "Depois que ganha, reforma o compromisso".

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Compromisso visceral com a saúde

Congressos nacionais dos bancários do BB e da Caixa começam nesta sexta

Representantes dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal de todo o país estarão reunidos em São Paulo a partir desta sexta-feira, 28, para a realização do 26º Conecef e do 21º Congresso Nacional dos Funcionários do BB. Convocados pela Contraf-CUT, os encontros definirão as pautas de reivindicações para as negociações específicas com cada banco durante a Campanha Nacional dos Bancários 2010.

O 26º Conecef acontece no Hotel Holiday Inn, no Anhembi, na capital paulista. O evento reunirá 391 delegados de todo o país, entre empregados da ativa e aposentados, além de observadores. Já o 21º Congresso do BB será realizado no Novotel Jaraguá, no centro de São Paulo. No total, 329 delegados e observadores estarão reunidos na cidade. Os dois encontros se encerrarão no domingo, dia 30.

Veja abaixo a programação dos dois eventos:

26º CONECEF

Data: São Paulo, 28 a 30 de maio de 2010
Onde: Hotel Holiday Inn Parque Anhembi (Rua Milton Rodrigues, 100 - São Paulo)

Programação:

28 de maio - Plenária Geral:
14h - Abertura Solene com a participação dos convidados
15h - Debate sobre Conjuntura/ Papel da Caixa no desenvolvimento social do Brasil
17h - Aprovação Regimento Interno
17h30 - Apresentação de teses
18h30 - Jantar

29 de Maio - Trabalhos de grupos:
09h - Instalação dos grupos pela CEE/Caixa
09h15 - Exposição do tema específico
10h45 - Intervalo para café
11h - Debate de grupo (tema específico)
13h - Almoço
14h30 - Debate de grupo - Organização do movimento
16h30 - Sistematização dos relatórios dos grupos
19h - Jantar

30 de Maio - Plenária Geral:
09h - Exposição e deliberação sobre os relatórios dos grupos
12h30 - Apresentação e votação das moções
13h - Encerramento


21º CONGRESSO NACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DO BB

Data: São Paulo, 28 a 30 de maio de 2010
Onde: Novotel Jaraguá (Rua Martins Fontes, 71 - Centro - São Paulo/SP - Fone: 11 2802-7000)

Programa:

28 de Maio
15h00 - Início do credenciamento
18h00 - Abertura e Debate sobre conjuntura Sérgio Rosa

29 de Maio
09h00 - Leitura e votação do Regimento Interno
10h00 - Apresentação das mesas temáticas
11h30 - Apresentação das teses
12h30 - Almoço
14h00 - Trabalho em grupos
18h00 - Encerramento dos trabalhos do 2º dia

30 de Maio
09h00 - Plenária Final
13h00 - Encerramento


Fonte: Contraf-CUT

sábado, 22 de maio de 2010

Com 12% das intenções de voto, Marina diz que Datafolha "rompe plebiscito"



Da Folha Online

A pré-candidata à Presidência do PV, senadora Marina Silva, disse neste sábado, em Salvador, que o resultado da pesquisa Datafolha em que aparece com 12% da preferência do eleitorado indica que "a sociedade brasileira está se dispondo a romper o plebiscito" e, no lugar, fazer um processo.

"E um processo político é feito pelos debates, pelo desempenho de cada candidato em relação a seus projetos, suas propostas, o testemunho de vida e a trajetória de cada um."

A senadora do PV ressaltou que a disputa eleitoral ainda está no começo e que "tem muita água pra rolar embaixo dessa ponte". Segundo Marina, a sociedade brasileira está fazendo suas escolhas progressivamente, ao conhecer melhor os candidatos.

A pré-candidata verde estava em Salvador desde sexta-feira, para participar de vários eventos. Neste sábado, ela esteve presente no lançamento das pré-candidaturas de Luiz Bassuma ao governo do Estado e de Edson Duarte ao Senado.

No levantamento, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, atingiu sua melhor marca até hoje numa pesquisa Datafolha e está empatada com José Serra (PSDB). Ambos aparecem com 37%.

A pesquisa foi realizada ontem e anteontem com 2.660 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Hoje é o dia Internacional de Combate à Homofobia


Esta foto mostra militantes da luta pelos direitos dos GLBT nos EUA nos anos 60

Em 17 maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de classificar a homossexualidade como transtorno mental, retirando-a da Classificação Internacional de Doenças (CID), onde aparecia desde 1948 com o código 302.0.

Desde então, movimentos de defesa dos direitos humanos de vários países do mundo (inclusive o Brasil) passaram a marcar o 17 de de maio como o Dia de Combate à Homofobia. Hoje é um dia de comemoração mais também de lutas e protestos, pois mesmo depois de 20 anos da histórica decisão da OMS, muita gente ainda considera a homossexualidade como uma doença ou perversão.

Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais continuam sofrendo às conseqüências de sua orientação sexual no trabalho, na escola e até mesmo em casa, porcausa da homofobia de muitas pessoas. Portanto é necessário muita educação para combater o preconceito que ainda existe na nossa sociedade.

domingo, 16 de maio de 2010

A filha da floresta (Publicado na Folha de SP)



Da Folha de São Paulo Online

Senadora, que oficializa hoje sua pré-candidatura à Presidência pelo PV, nasceu em seringal no Acre
Ana Flor

Fez a carreira política na luta ambiental e foi ministra de Lula até 2008, quando saiu após seguidas derrotas no governo.

Em maio de 2008, um grupo de ambientalistas distribuiu, na cerimônia de abertura da 3ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, um adesivo verde-amarelo com os dizeres "Marina Silva Presidente".

O intuito daqueles simpatizantes da então ministra do Meio Ambiente era pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participaria do ato, a considerar o nome de sua colaboradora para sucedê-lo.

A tentativa falhou. Lula soube da manobra e preferiu não ir ao evento. Seis dias depois, Marina deixava o governo -e dava o primeiro passo para lançar, por outros caminhos, a candidatura proposta pelo adesivo. A então ministra Dilma Rousseff, com quem acumulara divergências no governo, já era àquela altura a preferida de Lula.

Numa trajetória incomum, que faz lembrar a do próprio Lula, Maria Osmarina Silva saiu dos seringais do Acre, onde viveu até os 16 anos, ainda analfabeta, para ganhar reconhecimento internacional na defesa do ambiente, tornar-se ministra e postular à Presidência.

O PV lança oficialmente sua pré-candidatura hoje, no Rio.

"Marina sempre foi a mais desembaraçada", lembra o pai, Pedro, 82, orgulhoso da "coragem dela de enfrentar essa barra" -a disputa eleitoral. Quando a filha tinha menos de cinco anos, ele caminhou 22 horas em um dia para buscar as "45 injeções" que a curaram de uma leishmaniose.

Marina, 52, nasceu em um dia chuvoso do inverno acriano, em fevereiro de 1958. Foi a avó Júlia quem fez o parto na localidade de Breu Velho, no seringal Bagaço, distante 70 quilômetros de Rio Branco. Era a segunda filha do cearense Pedro Augusto da Silva, que migrou na tentativa de ganhar a vida com a extração de látex. Lá, casou com Maria Augusta.

Enquanto o pai trabalhava nos seringais e a mãe, na roça de subsistência, o cuidado dos oito filhos -foram 11 ao todo, mas três morreram ainda bebês- ficava a cargo da avó.

Floresta e religião
A menina Marina encantava-se com as lendas e os segredos da floresta contados pelo tio Pedro Mendes, uma espécie de xamã, que conviveu dos 12 aos 30 anos com índios do Alto Rio Madeira antes de ir para o Acre ao encontro da família. "Ele tinha o saber católico, mas tudo era adaptado ao mundo do xamanismo", conta Marina.

Se vieram do tio o amor pela floresta e o respeito à cultura indígena, foi da avó Júlia, com quem viveu dos 5 aos 14 anos, que herdou o fervor religioso. Ela doutrinava a neta com passagens retiradas de uma inseparável Bíblia em papel cuchê com reproduções dos afrescos pintados por Michelangelo na Capela Sistina.

"Eu aprendi a falar fazendo minhas orações com minha vó", lembra Marina, que também sempre anda em companhia de sua Bíblia.

Aos 14 anos, depois de perder a mãe e ver a irmã mais velha se casar, a adolescente acabou assumindo o papel de chefe da casa, enquanto o pai passava o dia trabalhando no seringal. "Eu ia e voltava da cidade com meus irmãos", lembra ela, que os levava na tentativa de curar doenças como malária e meningite. Muitas vezes, precisava caminhar 11 horas com um irmão no colo para chegar às margens do rio Acre e pegar um barco para Rio Branco.

Marina se emociona ao lembrar de quando precisou mentir a um taxista para que ele aceitasse levar no carro a irmã Dóia, com meningite, ao hospital. Afirmou que era malária.

"Fomos abraçadas no banco de trás até Rio Branco. A febre era muito alta e ela vomitava, fiquei com a roupa molhada e toda suja de vômito", conta. "Eu tinha uma convicção muito grande de que devia ir até as últimas consequências, tinha fé em Deus de que aquela doença não pegaria em mim", lembra. Dóia ficou mais de um mês internada e sobreviveu.

Ainda criança, Marina encantou-se pela cidade. Foi em Rio Branco que viu pela primeira vez uma árvore de Natal. Fora à cidade para tentar curar o que hoje acredita ter sido uma intoxicação originada do tratamento da malária. De volta ao seringal, só falava nas luzes e bolas coloridas.

Aos 16 anos, já estava decidida a se mudar para a capital. Queria cuidar da saúde, estudar e seguir o que acreditava ser sua vocação -tornar-se freira.

Àquela altura, a jovem que aprendera as quatro operações da matemática em uma noite para não ser enganada pelos compradores de látex ainda não sabia ler e escrever. Foi morar em Rio Branco, na Casa Madre Elisa, um pré-noviciado. Limpava a cozinha e cuidava da horta. Estudava no Instituto Imaculada Conceição.

A colega Maria Auxiliadora Ribeiro, a Dôra, lembra que Marina vestia saias longas, cores escuras, e dificilmente mostrava os ombros. "Não foi coisa do colégio de freiras. A gente usava vestido curto. Ela, nunca. E jamais soltava o cabelo."

Em quatro anos, Marina foi do analfabetismo ao vestibular, passando por um curso supletivo. O sonho de ser noviça durou dois anos e oito meses. Ela se digladiava com a polêmica entre freiras conservadoras e progressistas.

As primeiras tachavam de comunista quem era ligado às Cebs (Comunidades Eclesiais de Base), incluindo o bispo e o sindicalista Chico Mendes. "Aquilo me incomodava porque sabia que o que o bispo comunista e o Chico Mendes comunista faziam era defender os seringueiros e os índios", diz.

Fome
O discurso da igualdade exercia forte atração sobre ela, que conheceu a fome de perto. Quando o pai certa vez decidiu tentar a sorte em Manaus e, depois, em Belém, a família enfrentou muitas dificuldades. Marina lembra de uma noite de Natal em que havia apenas farinha e um ovo na casa. Só os mais novos comeram.

Ela conheceu Chico Mendes em um curso da ala progressista da Igreja Católica, em 1976. Começaram a ter contato e ele a apresentou a leituras clandestinas sobre direitos dos trabalhadores. "Eu entrei em conflito e saí do convento", conta ela.

A convivência com Chico a levou ao PRC (Partido Revolucionário Comunista), grupo semiclandestino que fazia oposição aos militares. Ali, conheceu José Genoino, também do PRC, em uma das muitas viagens dele ao Acre. "Ela era tímida, contida, ainda não se destacava muito", relembra o deputado petista.

Sua primeira passagem pela capital paulista ocorreu por intermédio de dom Moacyr Grechi. Internada em Rio Branco por causa de uma hepatite, ela ouviu o médico desenganá-la.

Saiu do hospital e foi ao bispo pedir ajuda. Ele prometeu que, se ela conseguisse dinheiro para a passagem, cuidaria do tratamento em São Paulo. A família vendeu alguns animais e Marina foi encaminhada para o Hospital São Camilo.

Ao voltar a Rio Branco, entrou no curso de história da Universidade Federal do Acre. A ex-colega Bernardete Carioca da Silva, hoje diretora de escola, lembra das greves que faziam para melhorar a comida do restaurante universitário.

"Nós éramos todos matutos. Mas ela sabia o que queria e, se preciso, subia no banco para discursar." Entre os colegas de faculdade, a fragilidade física rendeu a Marina o apelido de "Maria doentinha".

O envolvimento político fez naufragar a união com o primeiro marido, Raimundo Souza, com quem havia casado pouco depois de sair do convento -com ele, teve dois filhos, Shalon, que é psicóloga, e Danilo, publicitário.

O casamento se desfez na época em que Marina ajudou Chico Mendes a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores), em 1984. Comandava sindicalistas durante greves e enfrentamentos que renderam a ela a inimizade dos patrões.

As denúncias de destruição da Amazônia que Chico levava ao exterior deixaram o grupo numa situação difícil no Acre.

As críticas não eram muito diferentes das que ouviu como ministra, algumas vezes do próprio presidente Lula. Certa vez ele sugeriu que a área ambiental do governo se preocupava mais com a preservação de "bagrinhos" do que com a necessidade de construir hidrelétricas no rio Madeira.

Em 1985, Marina entrou no PT. Sua estreia nas urnas aconteceu um ano depois, quando concorreu a deputada constituinte, enquanto Chico Mendes tentava chegar à Assembleia Legislativa do Acre. O partido não atingiu quociente para elegê-los, mas ela foi a quinta mais votada. "Ninguém achava que ela fosse se eleger, queríamos era puxar voto para o Chico. Mas ela foi a surpresa das eleições", lembra o amigo e ex-governador Jorge Viana.

A ascensão meteórica fez dela a primeira vereadora de esquerda de Rio Branco, em 1988.

Dois anos depois, foi a deputada estadual mais votada. Em 1991, novamente se afastou para tratar da saúde. Viajou a São Paulo, onde contou com o apoio de Genoino e Lula.

Passou cerca de um ano na casa da sogra em Santos, no litoral paulista. A essa altura, já casada com o atual marido, Fábio Vaz de Lima, estava grávida de Mayara, filha mais nova da união -também tivera Moara.

Precisou esperar o nascimento para começar a se tratar.

A sensação, diz ela, era a de quem chupasse moedas. A contaminação por metais pesados era a fatura que pagava pelos tratamentos de leishmaniose, três hepatites e cinco malárias.

Aos 36 anos, em 1994, foi eleita a mais jovem senadora da República. Em seu primeiro mandato, concentrou a atuação em temas ambientais e indígenas. Mesmo na oposição, mantinha boa relação com o então presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Tanto que, mais tarde, ao assumir a pasta ambiental, avisou que não iria "desconsiderar" avanços e experiências do antecessor.

Retorno à fé

Sua saúde voltou a piorar.

Voltou a São Paulo, foi ao Chile e aos Estados Unidos em busca de tratamento. O sofrimento acabou levando-a de volta à religião. "Fiz um acerto de contas comigo mesma e retomei a minha fé", diz ela. Mais tarde, trocou o catolicismo pela Assembleia de Deus, na qual foi batizada em 1997. Marina diz que a mudança foi fruto de "um toque do espírito".

Para ela, a fé a ajudou a superar os problemas de saúde. Hoje, Marina segue uma estrita dieta, que exclui carne vermelha, laticínios e até café. Tem alergia a pó, carpetes e cheiro de tinta. Faz jejum pela manhã, quando reserva um momento para as leituras bíblicas.

A convicção religiosa já lhe rendeu a pecha de intransigente por ser contra pesquisas com células-tronco provindas de embriões e contra a descriminalização do aborto.

Curiosamente, alia a fé ao interesse por psicanálise -fez pós-graduação na área. Considera Freud "um dos monstros sagrados do pensamento ocidental". Para ela, religião e psicanálise têm "pontos de contato". "Não acho que essa visão possa desconstruir a fé, nem acho que a fé deva ter a pretensão de querer desconstruí-la."

Em 2002, com a eleição do amigo Lula, Marina, novamente senadora, era o nome natural para a pasta do Meio Ambiente.

Um manifesto de apoio foi subscrito por 160 ONGs da área e entregue ao presidente eleito.
Seu nome foi anunciado por Lula em Washington.

Quando estava no ministério, seu marido assumiu como assessor no gabinete do suplente no Senado, Sibá Machado.

Problemas no governo

De um começo pomposo na pasta, seu primeiro cargo executivo, Marina viu seu poder minguar nos cinco anos e meio que se seguiram. O primeiro embate que quase a fez deixar o ministério foi a decisão do governo de liberar o plantio de transgênicos. Radicalmente contra, chorou em público.

Depois vieram a transposição do rio São Francisco e as hidrelétricas. O discurso que pregava à exaustão, o da "transversalidade nas ações do governo", parecia não funcionar.

Cultivou opositores internos e sofreu boicotes. Para os críticos, sempre que tinha um embate no governo, ela se refugiava no "mito Marina". Usava o capital adquirido com o amigo Lula para tentar vencer as batalhas internas. Não funcionou.

Ela também foi criticada por dar excessiva atenção a questões amazônicas e não dimensionar corretamente, no primeiro ano, a importância de uma reestruturação do licenciamento ambiental. Marina rebate -e cita o próprio Lula.

"Eu aprendi com ele que, quando você tem cinco telhas numa casa, você coloca no quarto das crianças. Naquele momento, o que estava sendo colocado como um desafio era diminuir o desmatamento."

A diminuição nos índices de desmatamento foi sua principal vitória. Segundo Marina, somente ela, vinda da floresta, poderia mexer nas questões amazônicas. "Duvido muito que alguém tivesse estatura pra propor acabar com a Secretaria da Amazônia, que era um ministério dentro do ministério.

Eu a descriei e propus que a Amazônia fosse uma política transversal", diz em seu discurso característico.

Com Lula reeleito, Marina quase não foi reconduzida. O amigo Jorge Viana chegou a ser convidado três vezes para substituí-la. Pressionada pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a urgência de obras de infraestrutura, manteve suas posições e viu seu isolamento no governo aumentar.

Deixou a pasta sob o lamento das organizações ambientalistas. "Perco a cabeça mas não o juízo", disse à época.

"Meu sonho", diz ela, "era ver o governo apostar na visão de desenvolvimento sustentável como uma política transversal.
Mas não foi possível".

Do PT ao PV

Sua volta ao Senado deu início a um inevitável assédio de outros partidos e a novas costuras políticas. A decisão de sair do PT, depois de quase 30 anos, foi tomada em agosto de 2009.
Jorge Viana a resumiu como "um baita problema".

A filiação ao PV já estava engatilhada e foi formalizada dias depois de ela ter deixado o PT.

Marina crê que sua pré-candidatura pressionou as demais a dar mais ênfase à questão ambiental. "O tema passou a fazer parte da agenda política dos partidos, que anteriormente não o estavam colocando com esse nível de importância."

A pré-candidata do PV surpreendeu muitos ao encontrar alianças no meio empresarial -como seu provável vice, Guilherme Leal, da Natura- e formular um programa que também dá ênfase a questões como reforma tributária e do Estado.

Colaborou Marcos Augusto Gonçalves, editor de Opinião

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Leonardo Boff adere ao Movimento marina Silva

Veja o vídeo em que o grande Teólogo e pensador Leonardo Boff anuncia seu apoio à candidatura de Marina Silva:

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ex-bancário do Paraná ganha indenização no TST por transportar valores

Uma indenização por ter exercido o transporte de valores sem ter sido contratado e treinado para isso. Com esse resultado do recurso julgado ontem (28/4) pela Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o trabalhador receberá o valor correspondente ao piso salarial destinado aos funcionários de empresas de segurança encarregados do transporte de valores, por cada mês em que exerceu indevidamente a função.

Apesar de ter comprovado, através de prova oral, que transportava valores pertencentes aos empregadores até outras cidades, o trabalhador teve seu pedido de pagamento de indenização negado tanto na primeira instância quanto no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), com o fundamento de não haver previsão legal ou convencional que ampare a pretensão. O trabalhador, então, recorreu ao TST para requerer o pagamento do piso salarial dos funcionários de portaria e segurança.

No recurso de revista, ele alegou que a decisão regional violou o artigo 3º da Lei 7.120/1983, que estabelece as condições para o transporte de dinheiro, e demonstrou haver divergência de entendimento quanto à lei.

Além disso, argumentou que há cláusula convencional que proíbe a prática adotada pelo banco, vedando o transporte de valores por empregado que não tenha sido contratado para essa finalidade e não seja devidamente treinado. Segundo o trabalhador, a norma coletiva previu, inclusive, sanção específica - indenização - no caso de utilização do empregado no transporte de valores fora da agência bancária.

A ministra Maria de Assis Calsing, relatora do recurso de revista, observou a divergência jurisprudencial quanto ao tema. Além disso, verificou que, examinando situações semelhantes, as Turmas do TST têm entendido que a Lei n.º 7.102/1983 "dispõe sobre o transporte de valores de forma a restringir o desempenho da atividade a pessoal devidamente treinado para tanto, tendo em vista os riscos inerentes à atividade".

Após ter reconhecido a violação legal, a Quarta Turma, considerando o risco a que foi submetido o trabalhador pelo transporte de valores em condições inadequadas, determinou, como indenização, o pagamento, ao autor da reclamação, do valor correspondente ao piso salarial pago aos empregados de empresas de segurança encarregados do transporte de valores, por cada mês do período no qual ficou comprovado o transporte de valores pelo trabalhador. (RR - 19600-64.2003.5.09.0668)

Fonte: Lourdes Tavares - TST